Me sentei a maquina de escrever e tirei meu relógio
O tempo não era mais necessário naquele momento
Aos poucos eu fui me enchendo de sofrimento
Pronto, eu estava então preparado, ávido à escrita
Mas escrever o que? Vinha passando por dias ruins
Andava matando um à um meus sonhos de infância
Eu me sentia como se fosse um copo de bosta!
Um grande e insignificante COPO DE BOSTA!
Minha vida agora se afunilava em um túnel
Nele eu via passando aqueles desejos e sonhos
Todos escorriam água a baixo, e eu ia com eles
Torcendo pra me afogar e chegar logo no fim
Não, eu nem precisava me esforçar pra ter ar
E a luz? Sempre ouvi dizer que no fim havia uma luz
No fim do meu túnel, só tinha um copo de bosta!
Um grande e insignificante COPO DE BOSTA!
Havia parado de beber, tomava muitos remédios
Sentia dores no peito devido aos cigarros em excesso
Tinha problemas com o trabalho, chamava-o assim
Perdendo tanto tempo naquela vida sem diversão,
Sem magia, procrastinando a verdadeira felicidade
Aquela vida estava me matando, me transformando
Em um copo de bosta, e eu nem podia feder...
Um grande e insignificante COPO DE BOSTA!
Logo eu me irritei, abri o frasco de remédios,
Contei as capsulas, 15, era o meu número da sorte
Amaldiçoei primeiro o médico, depois a doença,
Jurei então que antes de qualquer médico
Daria o auto diagnóstico e também o tratamento
Que seria, óbvio, álcool e muita promiscuidade
Preencheria o mais breve possível, o copo com álcool
Meu velho amigo, o grande e imbebível COPO COM ÁLCOOL!
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