Leia se tiver estômago

domingo, 29 de março de 2015

O Voddoo Defeituoso

Era uma manhã difícil quando a vi.
Nascia um desejo mútuo, bem ali.
As pernas cruzadas, e eu não previ,
Que a encruzilhada estava por vir.

Até que um dia ela me encontrou
E levou com ela o meu voddoo.
Foram dias difíceis de entender
É complicado até pra descrever!

Ela era a barbie e eu era o ken,
Sabia o que fazia muito bem.
Até que um dia ela se cansou
E felizmente ela me deixou!

Mas ela queria o meu pescoço
E continuou torturando até o osso.
Mas o ken não voltaria pra barbie
E ela não entendia a tal barbárie.

Apesar de não adiantar de nada,
Me fazia beber água de privada.
Até que um dia me libertou,
Jogou no lixo, o meu voddoo.

terça-feira, 17 de março de 2015

36

Tem sangue no meu cabresto
E tento, mas não consigo tirá-lo.
Tento dormir, mas não esqueço
O sangue do meu cabresto.
Faço força, tento com álcool
E com cinzas eu enlouqueço.
Acordo e volto ao começo
Torturado com sangue do cabresto.

Eu ouço vozes que me avisam
Que tem sangue no meu cabresto.
Eu sangro, e volto ao começo.
Interrompo meu coito assustado,
É o telefone que toca ao meu lado,
Que lembra, tem sangue no cabresto.
E aquela voz prepotente insinua
Pra que eu volte ao começo,
Aí que eu me enfureço
Com o sangue do meu cabresto.
Eu tento não ligar, me apresso
Pois tem o sangue do meu cabresto.

E as decisões não são minhas,
Tem o sangue do  meu cabresto.
A ira acumula na minha cabeça,
Maldito sangue do meu cabresto.
E eu raspo com força, não sai
O sangue do meu cabresto.

Tem o sangue do meu começo
E o cabresto do recomeço.
Eu piro e me viro do avesso
Mas não posso fugir do cabresto.
Preciso descobrir qual é o preço
Pra liberdade deste cabresto.
Sentado e emburrado
Por nada eu me interesso.
 ...
TEM O SANGUE DO MEU CABRESTO!


domingo, 15 de março de 2015

De volta ao guard rail

A lua se esconde
Atrás da chuva fina.
E essa luz que ofusca
Que cega, dói na retina.

Nos momentos difíceis
Que não tenho anseios
Eu volto outra vez
Pra pensar ao guard rail.

Bolso vazio, o banco é frio,
A mente está perturbada,
Eu não tenho dinheiro,
Não tenho mais nada.

Estou aposto ao guard rail
Olhando todas essas luas,
Esperando o toque delicado
O frio mortal das ruas.

Atrás do guard rail
Não tenho o que falar!
O estrondo dos trovões                                                            
Parecem me chamar!

E quando o dia amanhece,
Não, eu não pulei você!
Estou bem, gosto estranho,
Era só um desejo mundano.

segunda-feira, 9 de março de 2015

À primeira vista

Vou me sentar do seu lado
E você pode ir falando.
Não quero saber seu passado,
Nem conhecer o seu bando

Aproveita que tá sozinha
E me diz o que quer fazer.
A próxima pinga é minha,
Mas eu divido com você.

Prova dessa cerveja,
Eu acho ela gostosa.
Não é muito o que deseja,
Mas vai lhe deixar fogosa.

Se você tá com fome
pega, então, uma porção.
Mas que a noite termine
Com sua calcinha no chão.

Vou pagar logo a conta,
Vamos pra outro canto.
Anda logo, se levanta,
Antes que perca o encanto.

Toma esse chiclete velho.
Tá sem gosto, mas masca.
E não cria muito empecilho,
E libera logo a xavasca.