Leia se tiver estômago

domingo, 28 de setembro de 2014

Aquelas Coxas de Mil Guerras


Num vale montanhoso ao norte
Existe uma linda cachoeira
Cachoeira de muita sorte
Não me deixem dizer besteira

É lá que se banha a sereia
Exuberante e de espírito algoz
Se alheado a sua teia
Teu destino será a foz

Mergulha por lá também
Pernas lindas de uma mulher
Capazes de pirar um homem
Só de na água mexer

Pode ser que lá encontre
Uma flor rara e má
Seu perfume viciante
Um homem pode matar

Espere pelo por do sol
De beleza indescritível
Se for sua intenção
Ver a imagem inesquecível

Ascenda um fogaréu
E prepare-se para noitada
Aproveite e aprecie o céu
Que a noite será agitada

À noite você verá as coxas
Antes da coruja piar
Ela costuma atacar trouxas
Que se encontram por lá

Coxas que sujas de terra
Podem tudo transpor
E venceriam mil guerras
Sem precisar de amor

----Se você conseguir mais
Volte para me contar
Porque eu já estou atrás
Não posso mais me salvar

Se você conseguir mais
Volte para me guiar
Porque eu não sei como faz
Sem antes me apaixonar---

Um Copo de Bosta

Me sentei a maquina de escrever e tirei meu relógio
O tempo não era mais necessário naquele momento
Aos poucos eu fui me enchendo de sofrimento
Pronto, eu estava então preparado, ávido à escrita
Mas escrever o que? Vinha passando por dias ruins
Andava matando um à um meus sonhos de infância

Eu me sentia como se fosse um copo de bosta!
Um grande e insignificante COPO DE BOSTA!

Minha vida agora se afunilava em um túnel
Nele eu via passando aqueles desejos e sonhos
Todos escorriam água a baixo, e eu ia com eles
Torcendo pra me afogar e chegar logo no fim
Não, eu nem precisava me esforçar pra ter ar
E a luz? Sempre ouvi dizer que no fim havia uma luz

No fim do meu túnel, só tinha um copo de bosta!
Um grande e insignificante COPO DE BOSTA!

Havia parado de beber, tomava muitos remédios
Sentia dores no peito devido aos cigarros em excesso
Tinha problemas com o trabalho, chamava-o assim
Perdendo tanto tempo naquela vida sem diversão,
Sem magia, procrastinando a verdadeira felicidade
Aquela vida estava me matando, me transformando

Em um copo de bosta, e eu nem podia feder...
Um grande e insignificante COPO DE BOSTA!

Logo eu me irritei, abri o frasco de remédios,
Contei as capsulas, 15, era o meu número da sorte
Amaldiçoei primeiro o médico, depois a doença,
Jurei então que antes de qualquer médico
Daria o auto diagnóstico e também o tratamento
Que seria, óbvio, álcool e muita promiscuidade

Preencheria o mais breve possível, o copo com álcool
Meu velho amigo, o grande e imbebível COPO COM ÁLCOOL!