Leia se tiver estômago

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Malz aê

Desculpa meu jeito egoísta
E por sempre sumir sem dar pista.
Desculpa se trilho sozinho,
Se sigo o meu próprio caminho.
Desculpa se tua risada
Já não vem com minha piada.
Desculpa meu pragmatismo:
Por ele, mereço ostracismo.
Desculpa por não me entregar,
Por não me faltar mais o ar.
Desculpa pelo teu choro
Quando eu quebrei o decoro.
Desculpa por minha alma ser livre
E não mais suportar qualquer crise.
Desculpa pelo tédio prematuro
E por não me sentir inseguro.

Sei que não mereço perdão
Que sou tolo e sem-coração,
Que tenho o rei na barriga,
Que abro, nos outros, ferida.

Entendo bem qual o meu fatum
Quando acabar o teatro,
Quando for de todo esquecido,
Quando não me restar mais abrigo.

Só quero não ser tua chaga,
Por que a consciência paga,
Por que percas a doçura,
Por que não tenha mais cura.

Não deves se fechar por minha causa,
Cortando, da vida, as asas,
Evitando qualquer abertura,

Apodrecendo a fruta madura.