Leia se tiver estômago

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Eu e o relacionamento sério!

Vou pro bar de segunda à segunda
Sábado e domingo têm frango assado
E de segunda à sexta só fracassado
Não vejo problemas em tê-los comigo

Quando bebo sozinho não vejo perigo
Pelo nome, eu chamo o garçom
E peço logo conhaque com limão
Ele pergunta meu nome e olha na lista

Eu gosto de beber e pagar à vista
São tantos bares quantos dedos da mão
Peço sem gelo pra tomar no balcão
Não cansei de ouvir: Vá pra casa amigo!

Mas é só no do bar que encontro abrigo
Alguns botecos não me vendem mais
Dizem-me: -"não meu amigo, você bebe demais"
E n'outro dia eu sei bem o que fazer

Procurar outro bar, pra poder beber
Tentar beber menos e não dar trabalho
Quiçá me enturmar e jogar baralho
Falar muito pouco, pra poder voltar...

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Que vais fazer no bar?

Você não come carne de sol,
Você não come pururuca,
Você não fala de futebol,
Você não joga sinuca.

Se não tomas branquinha,
Quiçá um conhaque.
Não xinga a vizinha,
Boteco de araque.

Se não fala com o motorista
Ou toma uma São Francisco,
Come um virado à paulista,
Acho que estás em risco.

Acho que estás no lugar errado,
Acho que estás em mesquinho covil.
Acho que deves abraçar o diabo,
Deves ir à puta que pariu.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Olhos fechados, estou voltando!

Eu fui capaz de me reerguer
De me reinventar a cada dia
Eu fiz nascer criatividade
Eu era capaz e não sabia
Hoje eu me reinventei diferente
De um jeito que não queria
Fiz nascer em mim um pobre
Pra me encher de agonia
Preciso agora destruir-me
Pra matar a nostalgia
E poder ser forte outra vez
Tanto faz seja noite ou dia
Preciso esquentar a cama
Para espantar a noite fria
Esquentar o meu coração
Naquela tarde vazia
Preciso dos meus versos
Pra reviver minha poesia
Preciso deles agora.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Comicú

A angústia me assalta.
Uma carência irreprimível
Se apodera de minha alma.
Que sensação horrível!

Que saudade das tragadas.
Que falta sinto da juventude,
Das meninas despudoradas.
Ah! Agora vendo saúde!

Daquelas noites sombrias
em que vivia sem propósito
vagando pelas vias.
Saia, sentimento insólito!

Tantas vezes que acabei perdido
e não venci na caçada,
tornando-me, assim, maldito.
Ah, lembrança infundada!

E agora sou estável,
Mesmo que não pareça mais vivo.
Fiz-me um ser sustentável.
Oh, não! Estou permissivo!

Pelo menos hoje verso.
Pelo menos neste dia
E estou outra vez aberto.
Puta! Que porcaria!