Agora, com o fim perto,
E cansado do deserto
Que virou meu coração
Não quero mais, do ódio,
Ser o mais alto do pódio;
Concedo uma extrema-unção.
Perdoo os meus desafetos
Que sempre se acharam corretos
Tentando me atingir,
Pois já que Inês é morta
Com essas tretas tortas
Não pretendo prosseguir.
Desculpo o abandono,
Que já me tirou o sono,
Por quem jurei amizade.
E também as alianças
Que fugiram das lembranças
Pela falta de lealdade.
O mais custoso indulto
Deverá ser, no entanto,
Aquele para este sujeito
Por desperdiçar minha vida,
E sempre abrir a ferida
Esvaziando o que tinha no peito.
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