Leia se tiver estômago

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Pseudo-autobiografia

Pudera eu versar como Álvares,
como Augusto ou como Camões
Mas em meus poemas podres
tenho que prezar por meus culhões

Quisera eu tocar meu blues
como Waters ou como Son House
Mas carrego a minha cruz
de ser um "Hurricane 2000".

Minha crítica me impede
De ser um cara normal.
Me ofereceram o mocinho,
mas eu prefiro ser o mal.

Sempre tem um idiota
tentando angariar simpatia.
Eu publico em minha nota:
"vocês são a minha agonia".

Queria esticar minhas linhas,
Queria alongar a carreira,
Mas acabo sempre abatido
Pela decepção mais certeira

Eu queria falar de putaria
como “a banda das Velhas Virgens”,
Mas atravanco minha alegria
Com as minhas piores vertigens

Tivera eu sorte na vida,
a sorte de todo mocinho
De estar com a minha querida
e trilhar o mesmo caminho.

Foi então que me disse um amigo,
pouco antes de amanhecer:
"Acostume com a dor, meu querido,
pois ela vai permanecer".

3 comentários:

Anônimo disse...

"A dor é opcional".

R.Hübner disse...

A unica opção da vida é como se vai viver. A escolha não é entre sentir a dor ou não, mas sim entre pensar ou não.

Anônimo disse...

e já dizia raulzito: 'queria ter nascido, não sofria tanto.'